quarta-feira, 10 de junho de 2009

Prefeitura vai reorganizar a Feira do Carrasco uma das maiores de Natal




Acúmulo de lixo, excesso de barulho até a madrugada, falta de higienização das bancas, deficiências de coleta de resíduos sólidos. Esses são apenas alguns dos problemas da Feira do Carrasco, a segunda mais antiga da cidade, segundo diagnóstico feito pelo ecólogo e professor de Geografia da UFRN, Luís Antonio Cestano. O documento foi apresentado ontem, durante audiência pública realizada na Procuradoria Geral de Justiça. Como resultado da audiência, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) será assinado entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Natal, definindo as adequações necessárias e ações emergenciais, como limpeza e remoção de barracas que estejam atrapalhando o trânsito.
Novo modelo de bancas, feito de fibra de vidro, foi exibido durante audiência pública na Procuradoria Geral de Justiça Foto: D Luca/DN/D.A Press O diagnóstico apresentado constatou também a falta de recipientes para restos de verduras, carnes, escamas e vísceras de peixe - que causam mau cheiro - além do despejo de resíduos líquidos no chão. Para o promotor de justiça do Meio Ambiente, João BatistaMachado Barbosa, o esforço coletivo para resolver os problemas da feira deverá torná-la modelo para todas as 23 feiras livres de Natal. "Discutimos desde o mau cheiro que caracteriza o local até os problemas de trânsito, higienização e insegurança", explica o promotor. Localizada no bairro de Dix-sept Rosado, a feira concentra 700 bancas e 477 feirantes, distribuídos em várias ruas. Lindalva Gaudência Frazão trabalha há 36 anos na Feira do Carrasco e concorda com a necessidade de melhorias no local. "Temos que melhorar nossa feira, pois é o lugar onde um pobre chega com R$ 10 e consegue, na hora do grito ou no fim do dia fazer uma boa feira de verdura e frutas". Antônio Gaudêncio Frazão, feirante há 15 anos, teme até o fechamento da feira. "Sou feirante porque não tenho outra atividade. Nossa vida é sofrida, às 3h da manhã já estou de pé e ganho uma média de R$ 150,00 por semana. Se eu sair daqui, do que vou viver, se a vida toda passei trabalhando nas feiras? Começou por minha mãe, hoje até meus filhos trabalham também".

Bancas de fibra:O secretário municipal de Serviços Urbanos, João Bastos, apresentou algumas propostas de melhoria, entre elas a formatação de espaços públicos para o desenvolvimento da atividade, o cadastramento dos feirantes e o contrato de concessão. Ele aproveitou ainda para apresentar um modelo de banca de fibras de vidro e alumínio que poderá ser implantada como padrão a todas as feiras de Natal.Já o vereador e ex-secretário municipal de Serviços Urbanos, Raniere Barbosa, que foi responsável pela urbanização e revitalização de diversas feiras livres de Natal, disse que está elaborando um projeto de lei que visa a regulamentação da atividade. Ele ressaltou que a cidade precisa de um projeto para as 23 feiras e não apenas para a do Carrasco. "Porque se é para haver interdição deverá ser estendida a todas", declarou o vereador.

Fonte: Jornal Diario de Natal

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